Portal Oficial do Governo de Angola
Menu mobile
Presidência
Presidente
Vice-Presidente
Ministros de Estado
Gabinete do Presidente
Inspecção Geral da Administração do Estado
Governo
Ministros
Conselho de Ministro
Governadores Provinciais
Programas de Acção Governativa
Angola
Dados sobre o país
Coordenadas geográficas
Símbolos nacionais
Províncias
Mapa
Clima
Flora
Fauna
Rios
Recursos minerais
Símbolos dos minerais
Mapas de localização
Turismo
Notícias
Discursos
Documentos
Constituição
Legislação
Publicações
Formulários
Decreto
presidenciais
OGE
Despachos
Comunicados
Todos
PT
EN
FR
ES
Notícias
Visualização
Governo
14-11-2025
Fonte: CIPRA
DIA DO DIPLOMATA ANGOLANO
Exposição celebra legado do primeiro embaixador africano no Vaticano
<p>Luanda acolhe desde quarta-feira, 12 de Novembro, a exposição “O Negrita, Pioneiro da Diplomacia Africana”, em homenagem a Dom António Manuel Nsaku Ne Vunda - Marquês de Nfunta, primeiro embaixador angolano e africano a sul do Sahara acreditado junto do Vaticano, de 1604 a 1608.</p><p>A cerimónia de abertura da exposição, alusiva ao Dia do Diplomata Angolano, assinalado esta quarta-feira, 12 de Novembro, ocorreu no Clube dos Oficiais do Miramar, uma iniciativa, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores.</p><p>A actividade enquadra-se nas comemorações dos 50 anos da Independência Nacional e apresenta ao público cerca de 40 obras raras, mapas, documentos históricos e representações artísticas que retratam diferentes fases da diplomacia e o legado do Reino do Congo.</p><p>A cerimónia, marcada por forte simbolismo histórico e institucional, juntou o ministro das Relações Exteriores, Téte António, o arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias, o governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, embaixadores acreditados em Angola, outros membros do Governos e representantes da Igreja Católica, académicos e estudantes interessados em revisitar a epopeia do enviado do Reino do Congo à Santa Sé.</p><p>Dom António Manuel Nsaku Ne Vunda nasceu em Mbanza Congo, no antigo Reino do Congo, e foi o segundo não europeu a apresentar cartas credenciais ao Papado, depois dos japoneses, constituindo a sua missão um marco da afirmação soberana do povo congolês e das relações diplomáticas entre África e a Europa no início do século XVII.</p><p>A apresentação histórica esteve a cargo da professora Constança Ceita, que conduziu os presentes aos momentos marcantes da vida do diplomata angolano, narrando o percurso desde a sua partida de Mbanza Congo, peripécias, incluindo um ataque de corsários holandeses, que destruiu parte da embarcação na costa brasileira, o reconhecimento na Basílica de Santa Maria, em Roma, até à sua morte.</p><p>O ministro das Relações Exteriores destacou a importância de contar as próprias histórias de Angola, citando um provérbio africano segundo o qual “enquanto os leões não tiverem os seus próprios historiadores, as histórias de caça serão sempre contadas pelos caçadores”.</p><p>Téte António explicou que a exposição reflecte o esforço do Executivo, liderado pelo Presidente João Lourenço, no âmbito do Programa Angola Unida, para valorizar a história nacional e reafirmar a identidade angolana no contexto internacional.</p><p>De acordo com Téte António, Dom António Manuel Nsaku Ne Vunda foi o precursor da diplomacia angolana, que entendeu que na adversidade é possível defender as causas mais difíceis com coragem e, sobretudo, com resiliência, demonstrando que nenhum povo pode viver isolado e que o contacto com o exterior, o diálogo e a cooperação internacional são valores fundamentais para o desenvolvimento das nações.</p><p>O arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias, enalteceu a persistência e a crença dos responsáveis pela concretização da exposição, que permite trazer à memória colectiva um período inspirador da história angolana, e sublinhou que os soberanos do Reino do Congo eram pessoas com plena consciência da sua dignidade e responsabilidade. Também estavam empenhadas em colocar os seus povos em comunicação e diálogo com outras nações.</p><p>Um dos principais atractivos da exposição é o busto do embaixador Dom António Manuel Nsaku Ne Vunda, colocada no centro da amostra, que procura de forma fiel retratar em imagem os seus traços físicos e até psicológicos.</p><p>Na exposição vê-se também imagens da entrega das cartas credenciais, da recepção na Basílica de Santa Maria e uma cartografia detalhada do percurso que passou por Santa Helena, Recife, Funchal, Casablanca e diversas cidades europeias até chegar a Roma.</p><p>A curadoria da exposição ficou a cargo do historiador Patrício Batsikama, que coordenou o trabalho de investigação em diversas bibliotecas e arquivos internacionais. Após o encerramento em Luanda, previsto para 19 de Novembro, a amostra seguirá para a província do Zaire, onde permanecerá aberta ao público.</p>